CURSO TECNÓLOGO É CHANCE PARA MERCADO DE TRABALHO

Diário de Pernambuco -
Equipe do Diario ouviu especialistas que mapearam as áreas mais promissoras do estado para esta modalidade de ensino
10/03/2013 11:00 

"Depois que comecei o curso, meu salário subiu 20%", diz Kirlley Silva.
Que tal passar dois anos numa sala de aula e, no final do curso, sair com um diploma de nível superior? Muitas pessoas têm apostado nessa modalidade de ensino, conhecida como tecnólogo, para conseguir uma vaga mais rápido no mercado de trabalho. Mas com tantas opções nas redes de ensino, fica difícil decidir em qual curso investir. Pensando nisso, a equipe do Diario ouviu especialistas que mapearam as áreas mais promissoras do estado.

De acordo com a coordenadora de graduação da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), Verônica Brayner, os investimentos que Pernambuco está recebendo nos últimos anos têm impulsionado o surgimento dessa modalidade de graduação por aqui. “As empresas estão em busca de mão de obra qualificada o mais rápido possível. Algumas delas não podem esperar quatro ou cinco anos para um profissional se formar”, diz.

Nesse sentido, alguns setores vem ganhando mais destaque no cenário local. É o caso da construção civil, que é um dos grandes carros chefes da economia pernambucana. De acordo com o pró-reitor de graduação do Centro Universitário Maurício de Nassau (UniNassau), as empresas disputam os profissionais a preço de ouro, oferecendo salários iniciais de até R$ 2 mil. “O setor está crescendo muito, e os alunos precisam se qualificar logo se quiserem garantir sua vaga no mercado”, informa.

Ainda segundo ele os setores de informática e serviços também possuem alta taxa de empregabilidade. “Cursos tecnólogos em redes de computadores, gastronomia e moda também estão em alta”, exemplifica. “As áreas de gestão e logística também são promissoras”, acrescenta a coordenadora do curso de gestão de pessoas da Faculdade Boa Viagem (FBV) Maria Piedade.

É o caso do curso de gestão hospitalar. Hoje, o Recife tem o segundo maior pólo médico do país, atrás apenas da cidade de São Paulo. A estudante Kirlley Silva, 22, viu nesse ramo uma ótima oportunidade. Há quatro anos ela trabalha na área administrativa de um consultório médico, e no ano passado resolveu se especializar na área. “Depois que comecei o curso, meu salário subiu 20% e já fui chamada para trabalhar em diversas empresas”, conta, satisfeita com a sua escolha.

Assim como Kirlley, muitas pessoas que buscam os cursos tecnólogos já são profissionais. “São pessoas que estão sendo beneficiadas com o aumento da renda e investem na sua qualificação profissional”, diz o consultor da Federação do Comércio de Pernambuco (Fecomércio-PE), Luiz Kerhle. Para ele, com o crescimento da renda, as pessoas estão buscando se aperfeçoar para conquistarem melhores cargos e salários.

Aceitação do mercado de trabalho

Mesmo quem nunca trabalhou na área e passa por um curso tecnólogo tem grandes chances de conseguir uma vaga no mercado de trabalho. De acordo com a diretora de projetos especiais da Associação Brasileira de Recursos Humanos, seccional Pernambuco (ABRH-PE), Ana Carla Cantarelli, as empresas veem esses profissionais com bons olhos

“Percebemos que hoje a aceitação é bem maior do que há oito ou 10 anos, quando esse tipo de curso sofreu um boom”, conta. Segundo ela, há uma resposta imediata do mercado de trabalho, principalmente pela carência de profissionais qualificados. “O estado está vivendo um turbilhão de mudanças, com empresas investindo por aqui. Diante disso, os profissionais precisam se qualificar se quiserem ocupar as vagas. Hoje, por exemplo, nos importamos engenheiros de outros estados por falta de mão-de-obra”, exemplifica.

Para o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Pernambuco (Sinduscon-PE), Gustavo de Miranda, apesar das empresas do setor estarem recrutando esses profissionais, é preciso que o aluno esteja atento antes de se matricular. “Hoje nós prezamos mais por qualidade, e não por quantidade.Praticamente todas as instituições oferecem cursos tecnólogos, e o ideal é queo aluno ingresse em alguma que seja de referência”, finaliza. 

Sávio Gabriel - Especial para o Diario